Justiça

O prisioneiro de Moraes

Pablo Furlan, Direto de Brasília

Diante de tantos atos pouco republicanos e perseguições não condizentes com a atitude de um ministro da máxima Corte do país, o que diria Marco Túlio Cicero, hoje, para o ministro Alexandre de Moraes do STF?

O cônsul da Roma Antiga, autor do célebre discurso das “catilinárias”, teria argumentos de sobra para usar o estilo agudo e direto diante da arrogância, desrespeito e ausência de empatia do ministro.

Parodiando o discurso de Cícero, certas perguntas podem ser dirigidas a Alexandre de Moraes: “quem, dentre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, onde estiveste, com quem te encontraste, que decisão tomaste”?

Qual a razão da perseguição aos jornalistas conservadores?

Alexandre, qual é o teu fetiche em perseguir o jornalista Osvaldo Eustáquio, que no cárcere ganhou uma cadeira de rodas?
Sim, o jornalista está sem o movimento das pernas, lesionado quando estava sob a guarda do estado, na Papuda, em Brasília.

Diria Cícero, queres um preso que possas dizer que é teu?

Onde estiveste, com quem e a que tipo de gente podes ter prometido a prisão de Osvaldo?

Trata-se de divergência ideológica ou foi a ascensão aos céus do STF que te fez deus?

Algumas são as suposições. Terá sido a denúncia do teu preso, Osvaldo Eustáquio, quando fez matéria a respeito da influência da advogada Viviane Barci, tua mulher, nos tribunais superiores, onde atua defendendo prefeitos do PSDB?

Caso notório mais recente, foi a vitória da advogada na defesa do então candidato eleito e sub-júdice, José Auricchio Júnior para a prefeitura de São Caetano do Sul. Auricchio, usou de recurso jurídicos para se manter no pleito pois está condenado em segunda instância por receber doações irregulares na eleição de 2016.

Alexandre, por quanto tempo tua raiva e teu destempero atuarão à revelia dos preceitos de um ministro do STF?

Essa raiva, eivada de desatino, tirou tua capacidade de julgar, até porque juiz nunca foste.

Teu preso, Osvaldo Eustáquio, só busca tratar as feridas, advindas de uma prisão ilegal, imoral, inconstitucional, sem processo justo que a legitime.

Teu preso, Osvaldo Eustáquio, não pode, sequer, oferecer colo aos filhos por ter os membros inferiores paralisados!

Alexandre, um “ juiz não é nomeado para fazer favores com a justiça, mas para julgar segundo as leis”, já dizia o filósofo Platão.

Voltando ao jargão de Cícero, até quando, manterás teu preso sob o crivo de denúncias que não se sustentam, baseadas em um processo sem fundamento, forjado no sabor do ódio e da perseguição?

Até quando, ministro, o uso do remédio jurídico seguirá sendo dado como veneno, a exemplo daquilo que afirmava o próprio cicero, “justiça extrema é injustiça”.

Moraes, teus conceitos de fake News são tão frouxos e subjetivos que a matéria responsável por enquadrar teu preso, Osvaldo Eustáquio, foi usada para indiciar o candidato perdedor à prefeitura de São Paulo, Boulos.

Ministro, o desespero do teu preso, Osvaldo Eustáquio, em se dirigir ao RS para colher denúncia do deputado Nereu Crispim, protocolada no STF, inexplicavelmente em segredo de justiça, buscava pautar a farsa que é o tal processo, admitida pelo próprio Nereu.

Todos sabem, que o objetivo daquela denúncia de Nereu era desmontar a articulação do presidente do partido, deputado Bivar, que tinha o objetivo claro de enfraquecer o presidente Bolsonaro e expulsar dissidentes, apropriando-se dos milhões do Fundo Partidário.

Moraes, até as mensagens hackeadas por um bando de ciber criminosos, que afronta o estado de direito, foram liberadas para o ex-presidente Lula, também, sentenciado em segunda instância.

Tudo isso, enquanto o próprio advogado do teu preso, Osvaldo Eustáquio, não tem acesso
às informações em flagrante desrespeito à súmula 14.

Aliás, Por que a informação de Nereu está em Segredo de Justiça no STF?

Passeando pela sabedoria da mitologia grega, muitas questões podem ser respondidas a partir da cronologia do tempo vindouro!

Ministro Alexandre, o mito de kairós, que descreve o momento oportuno e o tempo espiritual adequados de uma causa, pode determinar um passado que não volta e um futuro que clama por decisões e nobreza da Corte a qual defendes.

Kairós, segundo a mitologia, não tendo cabelo na nuca, jamais pode ser agarrado. Esse tempo não volta!!

Porém, o futuro pode ser mudado a partir da decisão de se pôr fim às agressões processuais desnecessárias: elas deixam um rastro de ilegalidade num processo inconstitucional e imoral, em um momento em que o inquérito já teve seu prazo encerrado, sem motivos jurídicos, a não ser políticos para uma prisão arbitrária.STF

Moraes, perguntaria Cícero, “até quando abusarás da nossa paciência”???

Um Comentário

  1. Contundente, inteligente e rica explanação dos fatos.
    Qualquer indivíduo com mínima decência e livre de dívidas moralmente comprometedoras teria sua alma transformada por essas palavras. Mas acho e lamento que o “magistrado” da questão acima é somente carne; vermelha e contaminada por ideologia.

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